Grafite toma conta da cidade
“O melhor é viver a cidade sem o compromisso de enquadrá-la"
Em Belém, as paredes pintadas com spray se multiplicam numa velocidade impressionante. E com uma agilidade ainda superior essa prática vem se reinventando, ganhando novos sentidos e transformando sensivelmente a relação entre homens e muros, em um fenômeno cuja complexidade não cabe em delimitações simplórias: pichação, grafite, subversão, arte (ou não) – os conceitos se misturam em uma discussão que parece inesgotável. A única certeza que se tem é que os desenhos - seja provocando curiosidade, encantamento ou estranheza – transformaram a cidade em uma imensa galeria a céu aberto e jamais passam despercebidos.
“A galeria agora é a cidade, e os grafites uma de suas manifestações penduradas pelas ruas”, diz Luizan Pinheiro, doutor em Artes pela UFRJ e professor da Faculdade de Artes Visuais do Instituto de Ciências da Arte da UFPA. Autor da tese de doutorado “Pixação: arte contemporânea”, ele dedica-se há anos ao estudo do tema.
Para os grafiteiros, é inegável que as pessoas hoje têm outra percepção acerca do grafite. “Em Belém, os artistas estão evoluindo muito no traço e no conceito, o que se reverte em reconhecimento. Há quatro anos havia muito preconceito; agora é bem mais admiração pela arte”, diz Esmael Raymon, 26, o “Ralado”. “Antigamente tinha gente que passava e olhava com cara feia, o pessoal gritava do ônibus: ‘Ei pichador!’. Isso mudou, e agora o grafite faz parte da rotina da cidade. A evolução do trabalho fez com que ele fosse reconhecido como arte”, diz.
Para George Pantoja, 36, integrante do grupo Cosp Tinta, esse reconhecimento se traduz em uma lógica no mínimo curiosa. O grafite, que já há algum tempo adentrou as galerias, ganha o interior das casas com cada vez mais freqüência. “Hoje as pessoas estão aprendendo a diferenciar grafite e pichação, elas veem na rua e querem em casa. Quando estamos pintando, as pessoas param e pedem o contato. Eu estou sempre com meu cartão no bolso”, diz. É dele o personagem negro,com um olho aberto e outro fechado, que se tornou presença constante em várias ruas da cidade.
A grafiteira Adriana Chagas, 24, a “Dri-k”, também é frequentemente procurada para ilustrar paredes de quartos,salas e escritórios. Ela mesma reconhece que hoje tem muito mais trabalhos em ambientes fechados do que ao ar livre.No início do mês, Drik lançou a elogiada ‘Encômodos’, exposição que segue até o dia 30 no Bar Taberna São Jorge. “É um processo muito normal,já que o grafite se consolidou como um movimento artístico, mas não podemos esquecer que o grafite verdadeiro está nas ruas e atingir outros suportes é só mais um dos vários desdobramentos da técnica do grafite atualmente”, defende “Essa boa receptividade acaba servindo de estímulo à busca por novidades”, completa.
Anderson Souza “Gaspar”, 26, do grupo Explosão Crew, quer ir ainda mais longe.Ele,que desenvolve um trabalho com jovens do bairro do Telégrafo, onde também reside,quer transformar o grafite em empresa.Literalmente. “Quero legalizar a crew (grupo), transformá-la numa microempresa, profissionalizar os garotos. As pessoas ainda rejeitam a ideia, mas já existe um reconhecimento. Quero representar a comunidade, e mostrar que na periferia não existe só coisa ruim”. Ralado, George, Drika e Gaspar - todos eles hoje vivem da tinta, aplicando o grafite ao design de interiores. Para Luizan, no entanto, é impossível denominar essa prática de “grafite”. “Nem tudo que se faz com spray ou aerógrafo é arte, assim como com tinta e pincel ou outra técnica qualquer. Decorar um interior e chamar de grafite é equívoco”.
P: Como tu avalias a evolução do grafite em Belém?
R: O grafite surgiu como arte de gueto, os negros e latinos em Nova York nas décadas de 60/70.E como a maior parte das manifestações, cresceu e tomou rumos diversos. Nos anos 70 rumou para as galerias, chegando ao MOMA. A questão é que a perda de potência se dá por essa formatação exigida na galeria, o transporte de uma forma de expressão que tem sua densidade marcada pela rua e que se fecha.Então é preciso sacar que ganha um outro sentido. Dilui aquilo que a rua dá: sua exposição a uma efemeridade fundamental, porque está na rua sujeito a tudo, principalmente ao desaparecimento; conecta diversas matérias e texturas; é substituído por propaganda, sofre interferências de cartazes de shows, etc. Essa “apatia” de um certo modo marca a perda de um princípio de transgressão do espaço, isto é, de sua maculação e pulsação que insere outros signos que produzem o pensamento, a reflexão dos que habitam a cidade. Mas não é uma apatia generalizada. Existem muitos grafiteiros que sacam essa liga da galeria e pulam fora. Por outro lado, rola essa insistência em se levar a expressão da rua para o fechado do museu, da galeria, é meio chapação da política cultural ou do evento midiático. Isso está ficando insuportável. O sentido de cidade-galeria, cidade- museu dá conta. Ela está aí cheia de possibilidades de interferências.
P: O grafite também vem sendo cada vez mais usado como design de interiores. Essa percepção de “domesticação”, de ausência de subversão, também é válida se considerarmos esta outra realidade?
R: Também. A questão é que a arte tem uma ampla possibilidade de conexão com diversas formas de expressão e produção. Veja o caso da publicidade, do cinema do vídeo, da fotografia, da moda.São formas que interagem e se complementam numa multiplicidade de concepções.Não há mais esses limites. Nem deve haver. Tanto as formas funcionam como arte no sentido mais estrito, quanto como mídia, técnica. Nem tudo que se faz com spray ou aerógrafo é arte. Assim como com tinta e pincel ou outra técnica qualquer. Decorar um interior e chamar de grafite é equívoco. A força da arte não tá apenas na exterioridade de suas manifestações, mas naquilo que ela propõe como forma de pensar o tempo e o espaço. Não sou purista, mas a liga do grafite é a rua onde sua dimensão ontológica explode criando uma corporeidade que investe o expectador de comunicação, vozes, gritos, sarro, etc. Onde se acirra um conflito inevitável entre a imagem e a retina, o corpo. A galeria agora é a cidade, e os grafites uma de suas manifestações penduradas pelas ruas.
P: Segundo alguns grafiteiros, é sensível a mudança do olhar das pessoas sobre o grafite em Belém. O olhar de reprovação agora dá lugar à admiração. Tu concordas com isso?
R: Pode ser. Isso está mudando. Uma questão que levou a essa percepção foi o fato da insistência dos grafiteiros em afirmar sua arte, se organizar a partir do movimento hip hop ou não, discutir, reivindicar incentivo e apoio. Ainda falta de finir uma política cultural para os movimentos de rua, mas é notória a aceitabilidade do grafite. De uma certa forma porque o grafite é colocado em oposição à pixação - não com ‘ch’, mas com o ‘x’ das ruas - pelo fato dele ter sido alçado ao status de arte, e isso foi e é importante. Mas uma coisa é importante assinalar: o fato do grafite se tornar arte não anula a importância da pixação para a visualidade contemporânea. Como possibilidade de se pensar a cidade. Aliás, a pixação tem um disparo que o grafite vem eliminando: a potência de ser ruído, incômodo pela lógica da sujeira, arte da perversão do espaço e o desaparecimento como dado. São aspectos que percebo e que aponto na pixação. Minha tese de doutorado foi sobre a pixação afirmada como arte contemporânea na tradição mesmo da arte parietal desde a pré-história. As paredes sempre foram importantes na História da Arte, então porque não pensá-las na sua condição artístico-estética? Não há hierarquia na arte, todas as formas estão aí. O pixo tem uma potência que o grafite vem perdendo. A Bienal de São Paulo vai discutir o pixo, tem que se ficar atento aos novos modos de reflexão e intervenção nas cidades.Por isso não dá mais para pensar no pixo só como o lugar do vandalismo, do crime. Por outro lado, a legislação na cidade banca sua condição de lei e aí fica aberto o estado de tensão que é próprio no contemporâneo. Não tem essa de um lugar para o grafite como arte e outro para a pixação como crime. São conexões explícitas, e não distinções tolas. Tudo se conecta, se atravessa, se corta e explode num vazio-pulsar.
P: Para sermos bem didáticos: como diferenciar pichação e grafite?
R: A quem interessa o didatismo e a diferença? A uma lógica sistêmica que enquadra o tempo todo as manifestações e os signos para um controle de sua potência? Na arte,quanto mais se escapa da condição de encarceramento, domesticação, classificação, melhor. Não há diferença entre grafite e pichação e há diferença entre grafite e pichação. Todas as respostas são possíveis e nenhuma é. Mas você teria que perguntar a todos os envolvidos. O policial não quer saber se o cara está vindo de um trampo, se ganhou a grana dele honesta co m as latas de spray, porque para ele tanto faz, e baculeja o cara. Se o morador vê o muro pixado ou grafitado sem autorização, se é com cores brilhantes, é grafite; se é só traço, é pixo. A quem interessa a diferença? Melhor não diferir nada e sentir a cidade pulsar sob o frêmito de riscos, traços, cores e compulsão. Equivalência fundamental da explosão do pensamento pela i-lógica da arte. “A cidade é como um livro de um rabiscos de um maníaco”(Jonathan Raban). Então melhor é viver a cidade sem o compromisso de enquadrá-la, mas de torná-la habitável.
Jornal Diário do Pará
“O melhor é viver a cidade sem o compromisso de enquadrá-la"
Em Belém, as paredes pintadas com spray se multiplicam numa velocidade impressionante. E com uma agilidade ainda superior essa prática vem se reinventando, ganhando novos sentidos e transformando sensivelmente a relação entre homens e muros, em um fenômeno cuja complexidade não cabe em delimitações simplórias: pichação, grafite, subversão, arte (ou não) – os conceitos se misturam em uma discussão que parece inesgotável. A única certeza que se tem é que os desenhos - seja provocando curiosidade, encantamento ou estranheza – transformaram a cidade em uma imensa galeria a céu aberto e jamais passam despercebidos.
“A galeria agora é a cidade, e os grafites uma de suas manifestações penduradas pelas ruas”, diz Luizan Pinheiro, doutor em Artes pela UFRJ e professor da Faculdade de Artes Visuais do Instituto de Ciências da Arte da UFPA. Autor da tese de doutorado “Pixação: arte contemporânea”, ele dedica-se há anos ao estudo do tema.
Para os grafiteiros, é inegável que as pessoas hoje têm outra percepção acerca do grafite. “Em Belém, os artistas estão evoluindo muito no traço e no conceito, o que se reverte em reconhecimento. Há quatro anos havia muito preconceito; agora é bem mais admiração pela arte”, diz Esmael Raymon, 26, o “Ralado”. “Antigamente tinha gente que passava e olhava com cara feia, o pessoal gritava do ônibus: ‘Ei pichador!’. Isso mudou, e agora o grafite faz parte da rotina da cidade. A evolução do trabalho fez com que ele fosse reconhecido como arte”, diz.
Para George Pantoja, 36, integrante do grupo Cosp Tinta, esse reconhecimento se traduz em uma lógica no mínimo curiosa. O grafite, que já há algum tempo adentrou as galerias, ganha o interior das casas com cada vez mais freqüência. “Hoje as pessoas estão aprendendo a diferenciar grafite e pichação, elas veem na rua e querem em casa. Quando estamos pintando, as pessoas param e pedem o contato. Eu estou sempre com meu cartão no bolso”, diz. É dele o personagem negro,com um olho aberto e outro fechado, que se tornou presença constante em várias ruas da cidade.
A grafiteira Adriana Chagas, 24, a “Dri-k”, também é frequentemente procurada para ilustrar paredes de quartos,salas e escritórios. Ela mesma reconhece que hoje tem muito mais trabalhos em ambientes fechados do que ao ar livre.No início do mês, Drik lançou a elogiada ‘Encômodos’, exposição que segue até o dia 30 no Bar Taberna São Jorge. “É um processo muito normal,já que o grafite se consolidou como um movimento artístico, mas não podemos esquecer que o grafite verdadeiro está nas ruas e atingir outros suportes é só mais um dos vários desdobramentos da técnica do grafite atualmente”, defende “Essa boa receptividade acaba servindo de estímulo à busca por novidades”, completa.
Anderson Souza “Gaspar”, 26, do grupo Explosão Crew, quer ir ainda mais longe.Ele,que desenvolve um trabalho com jovens do bairro do Telégrafo, onde também reside,quer transformar o grafite em empresa.Literalmente. “Quero legalizar a crew (grupo), transformá-la numa microempresa, profissionalizar os garotos. As pessoas ainda rejeitam a ideia, mas já existe um reconhecimento. Quero representar a comunidade, e mostrar que na periferia não existe só coisa ruim”. Ralado, George, Drika e Gaspar - todos eles hoje vivem da tinta, aplicando o grafite ao design de interiores. Para Luizan, no entanto, é impossível denominar essa prática de “grafite”. “Nem tudo que se faz com spray ou aerógrafo é arte, assim como com tinta e pincel ou outra técnica qualquer. Decorar um interior e chamar de grafite é equívoco”.
P: Como tu avalias a evolução do grafite em Belém?
R: O grafite surgiu como arte de gueto, os negros e latinos em Nova York nas décadas de 60/70.E como a maior parte das manifestações, cresceu e tomou rumos diversos. Nos anos 70 rumou para as galerias, chegando ao MOMA. A questão é que a perda de potência se dá por essa formatação exigida na galeria, o transporte de uma forma de expressão que tem sua densidade marcada pela rua e que se fecha.Então é preciso sacar que ganha um outro sentido. Dilui aquilo que a rua dá: sua exposição a uma efemeridade fundamental, porque está na rua sujeito a tudo, principalmente ao desaparecimento; conecta diversas matérias e texturas; é substituído por propaganda, sofre interferências de cartazes de shows, etc. Essa “apatia” de um certo modo marca a perda de um princípio de transgressão do espaço, isto é, de sua maculação e pulsação que insere outros signos que produzem o pensamento, a reflexão dos que habitam a cidade. Mas não é uma apatia generalizada. Existem muitos grafiteiros que sacam essa liga da galeria e pulam fora. Por outro lado, rola essa insistência em se levar a expressão da rua para o fechado do museu, da galeria, é meio chapação da política cultural ou do evento midiático. Isso está ficando insuportável. O sentido de cidade-galeria, cidade- museu dá conta. Ela está aí cheia de possibilidades de interferências.
P: O grafite também vem sendo cada vez mais usado como design de interiores. Essa percepção de “domesticação”, de ausência de subversão, também é válida se considerarmos esta outra realidade?
R: Também. A questão é que a arte tem uma ampla possibilidade de conexão com diversas formas de expressão e produção. Veja o caso da publicidade, do cinema do vídeo, da fotografia, da moda.São formas que interagem e se complementam numa multiplicidade de concepções.Não há mais esses limites. Nem deve haver. Tanto as formas funcionam como arte no sentido mais estrito, quanto como mídia, técnica. Nem tudo que se faz com spray ou aerógrafo é arte. Assim como com tinta e pincel ou outra técnica qualquer. Decorar um interior e chamar de grafite é equívoco. A força da arte não tá apenas na exterioridade de suas manifestações, mas naquilo que ela propõe como forma de pensar o tempo e o espaço. Não sou purista, mas a liga do grafite é a rua onde sua dimensão ontológica explode criando uma corporeidade que investe o expectador de comunicação, vozes, gritos, sarro, etc. Onde se acirra um conflito inevitável entre a imagem e a retina, o corpo. A galeria agora é a cidade, e os grafites uma de suas manifestações penduradas pelas ruas.
P: Segundo alguns grafiteiros, é sensível a mudança do olhar das pessoas sobre o grafite em Belém. O olhar de reprovação agora dá lugar à admiração. Tu concordas com isso?
R: Pode ser. Isso está mudando. Uma questão que levou a essa percepção foi o fato da insistência dos grafiteiros em afirmar sua arte, se organizar a partir do movimento hip hop ou não, discutir, reivindicar incentivo e apoio. Ainda falta de finir uma política cultural para os movimentos de rua, mas é notória a aceitabilidade do grafite. De uma certa forma porque o grafite é colocado em oposição à pixação - não com ‘ch’, mas com o ‘x’ das ruas - pelo fato dele ter sido alçado ao status de arte, e isso foi e é importante. Mas uma coisa é importante assinalar: o fato do grafite se tornar arte não anula a importância da pixação para a visualidade contemporânea. Como possibilidade de se pensar a cidade. Aliás, a pixação tem um disparo que o grafite vem eliminando: a potência de ser ruído, incômodo pela lógica da sujeira, arte da perversão do espaço e o desaparecimento como dado. São aspectos que percebo e que aponto na pixação. Minha tese de doutorado foi sobre a pixação afirmada como arte contemporânea na tradição mesmo da arte parietal desde a pré-história. As paredes sempre foram importantes na História da Arte, então porque não pensá-las na sua condição artístico-estética? Não há hierarquia na arte, todas as formas estão aí. O pixo tem uma potência que o grafite vem perdendo. A Bienal de São Paulo vai discutir o pixo, tem que se ficar atento aos novos modos de reflexão e intervenção nas cidades.Por isso não dá mais para pensar no pixo só como o lugar do vandalismo, do crime. Por outro lado, a legislação na cidade banca sua condição de lei e aí fica aberto o estado de tensão que é próprio no contemporâneo. Não tem essa de um lugar para o grafite como arte e outro para a pixação como crime. São conexões explícitas, e não distinções tolas. Tudo se conecta, se atravessa, se corta e explode num vazio-pulsar.
P: Para sermos bem didáticos: como diferenciar pichação e grafite?
R: A quem interessa o didatismo e a diferença? A uma lógica sistêmica que enquadra o tempo todo as manifestações e os signos para um controle de sua potência? Na arte,quanto mais se escapa da condição de encarceramento, domesticação, classificação, melhor. Não há diferença entre grafite e pichação e há diferença entre grafite e pichação. Todas as respostas são possíveis e nenhuma é. Mas você teria que perguntar a todos os envolvidos. O policial não quer saber se o cara está vindo de um trampo, se ganhou a grana dele honesta co m as latas de spray, porque para ele tanto faz, e baculeja o cara. Se o morador vê o muro pixado ou grafitado sem autorização, se é com cores brilhantes, é grafite; se é só traço, é pixo. A quem interessa a diferença? Melhor não diferir nada e sentir a cidade pulsar sob o frêmito de riscos, traços, cores e compulsão. Equivalência fundamental da explosão do pensamento pela i-lógica da arte. “A cidade é como um livro de um rabiscos de um maníaco”(Jonathan Raban). Então melhor é viver a cidade sem o compromisso de enquadrá-la, mas de torná-la habitável.
Jornal Diário do Pará
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