o verão envelhece, mãe impiedosa (Sylvia Plath)

sexta-feira, 29 de dezembro de 2017

Este Mundo


Noite, duro tempo
fechado mas os dias
nascem. A manhã
abre com luz 

na janela.
O sol, agora, escala
O céu azul.
Ao meio-dia

na praia
posso ver
cintilantes ondas,
para sempre,

seguir seus sons
fundos, na mente
ecoam –
deixar a luz

como ar
ser um alívio.
O vento
corta o rosto

e as mãos,
mais frias. O que
se pode pensar –
o mar

miríade de pedras.
Nuvens passam,
cinza do lado de baixo,
branco feixe

de ar, tudo
ar. Água
se move à margem,
azul, verde

branca trama
de espuma.
O que se
perde,

se recobra.
O que importa, a cada um,
neste mundo?




Robert Creeley Tradução Régis Bonvicino
Foto: Skopje, Macedónia © Dragana Jurisic