o verão envelhece, mãe impiedosa (Sylvia Plath)

quinta-feira, 7 de janeiro de 2016

NAM SIBYLLAM



Lá onde um velho corpo desfraldava
As trêmulas imagens de seus anos;
Onde imaturo corpo condenava
Ao canibal solar seus tenros anos;
Lá onde em cada corpo vi gravadas
Lápides eloquentes de um passado
Ou de um futuro arguido pelos anos; 
Lá cândidos leões alvijubados
As brisas temporais se espedaçavam
Contra as salsas areias sibilantes;
Lá vi o pó do espaço me enrolando
Em turbilhões de peixes e presságios
Pois na orla do mundo as delatantes
Sombras marinhas, vagas, me apontavam.



Mário Faustino, O Homem e sua Hora, Sete Sonetos de Amor e Morte, 1955.
Imagem: William Eggleston

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