o verão envelhece, mãe impiedosa (Sylvia Plath)

quarta-feira, 6 de julho de 2011



Primeiro tomo de um projeto de três. Todos sob o mesmo título: Imagens da biopolítica. Neste primeiro, tratamos de evocar quadros do horror no que se manifesta a condição do intolerável. Trata-se de pensar o século XX, e nele as experiências-limite. Condição na que se nos coloca de forma constante a questão que parece fundamental: como pensar as resistências face o poder absoluto? E por absoluto não indicamos qualquer transcendentalidade como princípio mesmo do que será, do que somos no que se nos faz. Por absoluto apostamos o limite, a experiência do pensar, do viver, do ser sob o regime do intolerável que é quando parece que nada mais resta senão o estar condenado ao que se é - nele se estando atado, nele se estando a claudicar. Um mapa do presente? Na certa que sim. Ainda que tomemos a este presente não propriamente como uma data na história, ou como um período que se iniciasse aqui e que estaria findado em tal ponto. Não se trata de uma factualidade registrada com a precisão do olhar cirúrgico do historiador. Preferimos tomar o presente como um modo, um ethos, como uma atitude - questão foucaulteana por excelência. Outros autores se entrelaçam a este diagnóstico - cada qual no seu termo, cada qual a dispor seu bloco de enunciados: Giorgio Agamben, Primo Levi, Marguerite Duras, Maurice Blanchot, Jean-Luc Nancy.


André Queiroz, Imagens da Biopolítica I - Cartografias do horror, recém lançado pela Multifoco.

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