o verão envelhece, mãe impiedosa (Sylvia Plath)

quinta-feira, 15 de outubro de 2009

















"ou Palmas (nunca fui a Palmas)"

Fiquei meio que sabendo que Caetano Veloso vem a Palmas, que já veio, não sei ao certo (não leio com frequência os “nossos” jornais). Em todo caso, pra quem faz cultura em Palmas fica um tanto quanto estranho saber que vai rolar um show de Caetano na cidade. Mesmo ele (como o título do texto demonstra) estranhou. Nossa realidade cultural nada tem a ver com Caetano. Ele aqui é um anacronismo, não por ele, claro, mas por nós. Pela nossa falta de costume. Pela infinita pobreza musical que nos domina. Pelo que não gostamos de Música, e sim de circo – não sabemos nem queremos saber que ela é uma língua que cria um real que não nos diz respeito, não nos inclui. O real da beleza, da alegria, do pensamento. Caetano vem a uma cidade que gasta o suado dinheiro público movimentando uma “indústria” mambembe de músicos medíocres. É por causa de uma excessiva generosidade verbal que a eles nos referimos como músicos. Quando muito são intérpretes do mau gosto, que nada conseguiriam se tivessem que tocar por uns trocados como fazem os malabaristas de sinal. Aqui, são financiados. Adulados. Faziam e ainda fazem fila na porta do gabinete do presidente da Fundação Cultural. A comentada porta dos sonhos, do "show dos milhões". E dizem por lá que agora a cultura será levada a sério. É brincadeira! Bem faz o artista Costa Andrade em lançar sobre eles “seus” fantasminhas ilegais, singela representação dos que por aqui recebem sem nada fazer. Sempre em "serviço externo" ou numa anababesca viagem pelo mundo, promovem violência, injustiça, atraso. Dizem que Costa Andrade levará um fantasminha a Caetano. Depois são os baianos que não gostam de trabalho...

ney ferraz paiva

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