ESTAÇÃO PARA LANÇAR-SE AO MAR
perdi o mês de agosto
como vou perder setembro
caiu-me de meu bolso
em voltas pelo mundo
na enchente de certo rio
no salto & sobressalto
no beco naquela noite –
na chuva na imundície
desnudo de agosto
setembro me reveste
igual a um morto
que o tempo debelaria
ney ferraz
paiva
paulo ponte souza
ótimo ney, faz pensar no cioran - que era também ele um insone. escreveu 'nos cimos da desesperação' sob esta condição. a de trafegar pelas ruas de madrugada, numa romênia gelada, ele que dizia que o insone era aquele que experimentava do tempo uma vivência sem antes ou depois.
ResponderExcluirandré queiroz
é uma nova sequencia de poemas que vou escrevendo desde que voltei para Belém - uma tentativa de me integrar à musculatura louca da cidade e de escapar às outras zonas esgarçadas dos meus poemas, até aqui.
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