À espera
À espera, de pé, na pedra
entre a esfera verde do mar
entre a esfera verde do mar
e a estrela que a cada
noite se aproxima, falas
noite se aproxima, falas
cada vez mais mudo,
numa voz que escuta o fundo
numa voz que escuta o fundo
de outra voz que vem
e diz-não-diz em eco,
e diz-não-diz em eco,
hein, idioma de algas
algo assim num som surdo:
algo assim num som surdo:
nada, vestido de corpo e carma,
enquanto se dissolve o mundo
enquanto se dissolve o mundo
Antônio Moura
Imagem: ney ferraz paiva, “sei que tu estais muito
fatigada”, colagem, 2016.
Nenhum comentário:
Postar um comentário