NÃO AGUENTO MAIS
Eu saí da Paraíba,
Minha terra tão brejeira,
Pra fazer publicidade
Na Veneza Brasileira
Onde a comunicação
É toda em língua estrangeira.
Minha terra tão brejeira,
Pra fazer publicidade
Na Veneza Brasileira
Onde a comunicação
É toda em língua estrangeira.
É uma ingrizia só
O jeito de se falar,
O que a gente não compreende,
Passa o tempo a perguntar
E assim como é que eu vou
Poder me comunicar?
O jeito de se falar,
O que a gente não compreende,
Passa o tempo a perguntar
E assim como é que eu vou
Poder me comunicar?
É bastante abrir-se a boca
O “inglês” fala no centro,
Nessa Torre de Babel
Eu morro e não me concentro…
Até parece que estamos
De Nova Iorque pra dentro!
O “inglês” fala no centro,
Nessa Torre de Babel
Eu morro e não me concentro…
Até parece que estamos
De Nova Iorque pra dentro!
Lá naquele fim de mundo
Esse negócio tem vez
Porque quem vive por lá
O jeito é falar inglês,
Mas, se estamos no Brasil
O jeito é falar Português!
Esse negócio tem vez
Porque quem vive por lá
O jeito é falar inglês,
Mas, se estamos no Brasil
O jeito é falar Português!
Por que complicar a guerra
Em vez de se esclarecer?
E se “folder” é um folheto
Por que assim não dizer?…
Pois quem me pedir um “folder”
Eu vou mandar se folder.
Em vez de se esclarecer?
E se “folder” é um folheto
Por que assim não dizer?…
Pois quem me pedir um “folder”
Eu vou mandar se folder.
Roteiro é “story board”
Nesse vai e vem estrangeiro,
Parece até palavrão
Que se evita o tempo inteiro…
Porque seus filhos das putas,
A gente não diz roteiro?
Nesse vai e vem estrangeiro,
Parece até palavrão
Que se evita o tempo inteiro…
Porque seus filhos das putas,
A gente não diz roteiro?
Estão todos precisando
Dos cuidados do Pinel
Será feia a nossa língua?
É chato nosso papel?
Por que esse tal de “out door”
Substituir painel?
Dos cuidados do Pinel
Será feia a nossa língua?
É chato nosso papel?
Por que esse tal de “out door”
Substituir painel?
É desrespeito à memória
De Camões que foi purista
E esse massacre ao vernáculo
Não aguenta o repentista
Pois chamam “lay out-man”
O homem que é desenhista!
De Camões que foi purista
E esse massacre ao vernáculo
Não aguenta o repentista
Pois chamam “lay out-man”
O homem que é desenhista!
Matuto da Paraíba,
Aqui juro que não fico,
Onde até se tem vergonha
De um idioma tão rico…
Por que se chamar de “free-lancer”
Um sujeito que faz bico?
Aqui juro que não fico,
Onde até se tem vergonha
De um idioma tão rico…
Por que se chamar de “free-lancer”
Um sujeito que faz bico?
Publicidade de rádio
Apelidaram de “spot”
E tem outras besteiradas
Que não cabem num pacote.
Acho que acabou o tempo
De acabar esse fricote!
Apelidaram de “spot”
E tem outras besteiradas
Que não cabem num pacote.
Acho que acabou o tempo
De acabar esse fricote!
Por exemplo: “body type”
“Midia”, ”top”, “merchandising”,
“Checking list”, “past up”
(Que se diga de passagem)
“Briffing”, “Top de Marketing”,
Tudo isso é viadagem!
“Midia”, ”top”, “merchandising”,
“Checking list”, “past up”
(Que se diga de passagem)
“Briffing”, “Top de Marketing”,
Tudo isso é viadagem!
Já é hora de parar
com esse festival grosso
Para que o nosso idioma
Saia do fundo do poço.
Para isso eu faço esse “raff”,
Isto é –perdão ! – esboço!
com esse festival grosso
Para que o nosso idioma
Saia do fundo do poço.
Para isso eu faço esse “raff”,
Isto é –perdão ! – esboço!
Orlando Tejo e o agiota
Historiado
pelo escritor LUIZ BERTO
Era manhã de segunda-feira e Orlando Tejo invadiu minha
sala num aperreio que não era de seu costume.
- Berto, tô encalacrado.
Não sei se vocês sabem, mas Orlando Tejo é o sujeito mais
calmo e descansado desse mundo, incapaz de se aperrear até dentro de uma casa
em chamas. Mas naquela manhã, o homem estava mais agoniado do que bacorinho em
caçuá.
A tranquilidade habitual, emoldurada pelas serenas
baforadas no cachimbo, fora substituída por um avexamento que, francamente,
deixou-me curioso. E largou o seu problema sem mais demoras:
- É o seguinte: o novo gerente da Caixa Econômica é meu
leitor e se tornou meu amigo. Assumiu a agência e me deu um cheque especial na
sexta-feira. Resultado: já estourei o limite em trinta mil cruzeiros neste
fim-de-semana.
Conhecedor da total inabilidade de Orlando para gerir
suas finanças, para mim não foi surpresa o estouro no limite do cheque
especial. Surpreendente era a velocidade com que isso se dera. Recebera o
cheque na sexta-feira e na segunda já estava pendurado. Em verdade, suas
habilidades aritméticas limitavam-se à soma das mais alegres lembranças, à
subtração de tristezas, à multiplicação da imensa legião de amigos e à divisão
de uma ternura e de um lirismo que só mesmo pessoas encantadas como Tejo estão
autorizadas a ter.
Expliquei-lhe que estava duro e não poderia ajudá-lo no
momento. Estava sendo tão franco quanto, com a mesma franqueza, lhe arranjaria
imediatamente a miserável quantia, caso a tivesse, para não vê-lo naquele
sufoco. Funcionário público só vê a cor do dinheiro no fim do mês e, por
infelicidade, estávamos ainda no início da segunda quinzena. Tentei
explicar-lhe isso com tranquilidade, mas ele parecia insensível a qualquer
argumento.
- Mas eu não posso é ficar desmoralizado perante o
gerente, que é meu conterrâneo da Paraíba e me deu o cheque especial em
confiança, por amor aos meus escritos. Um admirador, em resumo. Vai ser muito
chato…
Expliquei-lhe que pessoalmente não podia fazer nada. Mas
lembrei-lhe que, como em toda boa repartição pública, a Câmara tinha o seu
agiota de plantão para socorrer os desesperados naquelas precisões agoniosas. O
anjo da guarda dos necessitados, acudidor de precisões prementes, tão
injustamente malhado pelas pessoas gradas, mas capaz de salvar um vivente de um
sufoco sem fazer fichas, preencher cadastros, telefonar para o SPC ou exigir
promissórias registradas em cartório. E dei a indicação ao Tejo:
- É só você procurar o Canindé.
Meu amigo João Canindé Tolentino Ribeiro entrou nessa
história como Pilatos entrou no Credo. Tão lascado quanto qualquer um de nós,
apenas estabelecia o contato entre o agiota e os possíveis fregueses, não
ganhando nada com isso, salvo o fato de se beneficiar com um juro mais baixo
quando também precisasse de dinheiro. Orlando Tejo não sabia quem era Canindé,
mas já tratou-o com uma familiaridade que era bem do seu estilo.
- Então ligue logo para esse filho-da-puta desse Canindé,
e diga que eu preciso de trinta.
Liguei para Canindé e ele disse que só poderia dar a
resposta de tarde. Estávamos ainda no começo da manhã. Tejo não gostou mas teve
que se conformar e, logo após o almoço, já estava de novo na minha sala à
espera de notícias. Francamente, nunca lhe vira tão agoniado.
- Ligue logo para esse filho de uma égua, pelo amor de
Deus.
Canindé mandou dizer que, se o dinheiro saísse, só sairia
no dia seguinte. terça-feira. Transmiti o recado ao Tejo e ele desesperou-se.
- Explique a esse filho-da-puta que desse jeito vai ser
tarde demais. Os cheques que emiti devem entrar hoje à noite.
Desolado com o drama do meu amigo, acompanhei com o olhar
a sua saída nervosa, pitando furiosamente o cachimbo e maldizendo a sorte. A
aura de lirismo que marcava sempre sua figura estava seriamente arranhada pela
agonia que transpirava dos seus poros. Pobre Tejo, necessitado de trinta neste
vasto mundão de meu Deus e ninguém para acudi-lo…
No dia seguinte, quando cheguei à minha sala, já o
encontrei de plantão, sorrindo, esperançoso.
- Acabei de me informar no banco: nenhum cheque entrou
ainda. Ligue logo para esse miserável desse Canindé.
Liguei. Canindé informou que só à tarde. Transmiti a
informação ao Tejo.
- Assim não dá! Esse filho-da-puta quer me matar.
Na primeira hora da tarde volta Tejo avexado.
- Ainda não entrou cheque nenhum. Ligue de novo.
Liguei e Canindé disse para ligar daí a meia hora.
Transmiti a informação. Tejo deu uma puxada no cachimbo e caminhou um pouco
pela sala sem falar nada. Ficou de costas para mim, olhando um ponto indefinido
na parede em frente. Sentou-se numa poltrona.
E, então, baixou o santo: Tejo ficou calmo de repente, me
pediu uma folha de papel e começou a rabiscar. Eu acompanhava com um
rabo-de-olho e procurava não perturbar, pois sabia que ele estava em pleno
processo de criação. A mão corria devagar pelo papel e, de vez em quando, ele
fazia pequenas pausas como se estivesse conferindo o que já havia escrito.
Estava tranquilo e era outro homem, bem diferente daquele que há poucos
instantes necessitava desesperadamente de trinta.
Levantou-se e me passou umas folhas naquela sua caligrafia
miserável que eu já estava habituado a decifrar. A letra de Tejo, qual moderna
Pedra da Roseta, exige as habilidades de um novo Champollion para trazê-la ao
entendimento dos mortais comuns.
Comecei a ler e me dei conta da preciosidade que tinha em
mãos. Aquilo, realmente, era uma obra de Tejo e ali estava o seu espírito
paraibano, nordestino, poético, moleque, imprevisível por inteiro. Dar uma
trégua ao aperreio para parir um negócio daqueles, só mesmo vindo dele.
Para se entender o acontecido, vale ressaltar que a
história se passava na Câmara dos Deputados, cujo presidente, à época, era o
Deputado Flávio Marcílio e que Delfim Netto era o então Ministro da Fazenda. Um
tempo tão da porra que ninguém jamais será capaz de esquecer…
Vou transcrever do jeito que ele me deu.
LOUVAÇÃO A CANINDÉ
Estando sem um tostão
E me encontrando bem perto,
Fui procurar Luiz Berto
Para alguma solução.
Berto disse: “Meu irmão,
Eu também queria até
Fazer um querrequequé
Daquele que o diabo pinta
Para ver se arranco trinta
Do bolso de Canindé.
E me encontrando bem perto,
Fui procurar Luiz Berto
Para alguma solução.
Berto disse: “Meu irmão,
Eu também queria até
Fazer um querrequequé
Daquele que o diabo pinta
Para ver se arranco trinta
Do bolso de Canindé.
E toca a telefonar
E Canindé a correr,
Mas não pôde se esconder
E teve que tapear:
“Pela manhã não vai dar,
Porque de tarde é que é
Bom para a coisa dar pé.
Aguarde, portanto, amigo”.
Berto ficou de castigo
Esperando Canindé.
E Canindé a correr,
Mas não pôde se esconder
E teve que tapear:
“Pela manhã não vai dar,
Porque de tarde é que é
Bom para a coisa dar pé.
Aguarde, portanto, amigo”.
Berto ficou de castigo
Esperando Canindé.
E eu que necessitava
Também da mesma quantia
Me fiei nessa franquia
Que Canindé propalava
Quando eu menos esperava
O safado, de má fé,
Filho de puta ralé,
Disse que hoje não tem nada…
Ah! uma foice amolada
No chifre de Canindé.
Também da mesma quantia
Me fiei nessa franquia
Que Canindé propalava
Quando eu menos esperava
O safado, de má fé,
Filho de puta ralé,
Disse que hoje não tem nada…
Ah! uma foice amolada
No chifre de Canindé.
Eu já podia notar
E mudar de interesse
Que um cabra com um nome desse
Não poderia prestar.
Entretanto, vou esperar
Até amanhã com fé.
Se ele me deixar a pé,
Juro por Nossa Senhora:
Corto de pau uma tora
E vou matar Canindé.
E mudar de interesse
Que um cabra com um nome desse
Não poderia prestar.
Entretanto, vou esperar
Até amanhã com fé.
Se ele me deixar a pé,
Juro por Nossa Senhora:
Corto de pau uma tora
E vou matar Canindé.
O cabra fuma e não traga
Faz do crime o seu idílio!
Onde está Flávio Marcílio
Que não demite esta praga?
Ao menos dava-se a vaga
Pra um sujeito de fé,
Já que esse indivíduo é
Um tratante e delinquente
Haja chumbo grosso e quente
No rabo de Canindé.
Faz do crime o seu idílio!
Onde está Flávio Marcílio
Que não demite esta praga?
Ao menos dava-se a vaga
Pra um sujeito de fé,
Já que esse indivíduo é
Um tratante e delinquente
Haja chumbo grosso e quente
No rabo de Canindé.
Por capricho do destino
De Satanás ou Deus Brama,
O bicho também se chama
Coisa e tal e Tolentino,
Doido, avarento e mofino,
Não conhece a Santa Sé,
Faz da cola o seu rapé,
Vive da desgraça alheia,
Devia estar na cadeia
Esse tal de Canindé.
De Satanás ou Deus Brama,
O bicho também se chama
Coisa e tal e Tolentino,
Doido, avarento e mofino,
Não conhece a Santa Sé,
Faz da cola o seu rapé,
Vive da desgraça alheia,
Devia estar na cadeia
Esse tal de Canindé.
Não sei como Luiz Berto
Este escritor inspirado,
Toma dinheiro emprestado
A um ladrão tão esperto,
Que representa um deserto
De trabalho, amor e fé,
Que anda de marcha ré
Pela estrada da virtude
E além de covarde e rude
Se assina por Canindé.
Este escritor inspirado,
Toma dinheiro emprestado
A um ladrão tão esperto,
Que representa um deserto
De trabalho, amor e fé,
Que anda de marcha ré
Pela estrada da virtude
E além de covarde e rude
Se assina por Canindé.
Antes quero outro “pacote”
Desemprego, moratória,
Ver Delfim contar história,
Comer carne de caçote,
Levar chumbo no cangote,
Me abraçar com jacaré,
Beber caldo de chulé,
Dar o rabo a marinheiro,
Do que tomar um cruzeiro
Emprestado a Canindé.
Desemprego, moratória,
Ver Delfim contar história,
Comer carne de caçote,
Levar chumbo no cangote,
Me abraçar com jacaré,
Beber caldo de chulé,
Dar o rabo a marinheiro,
Do que tomar um cruzeiro
Emprestado a Canindé.
NOSSO AMIGO CANINDÉ
Um sujeito despeitado,
Desses de baixa maré,
Inventou que Canindé
É um canalha safado.
Eu fiquei preocupado
Com a informação ralé,
Porém não perdi a fé
Em quem merece louvores…
E haja palmas e haja flores
Na fronte de Canindé.
Desses de baixa maré,
Inventou que Canindé
É um canalha safado.
Eu fiquei preocupado
Com a informação ralé,
Porém não perdi a fé
Em quem merece louvores…
E haja palmas e haja flores
Na fronte de Canindé.
Tenho dito e sustentado
(Todo mundo sabe disso)
Que na Câmara, esse cortiço,
Há um cidadão honrado,
Pai de família extremado,
Homem de bem e de fé!
O Papa já disse até
Que há no torrão brasileiro
Padre Cícero em Juazeiro
E em Brasília, Canindé.
(Todo mundo sabe disso)
Que na Câmara, esse cortiço,
Há um cidadão honrado,
Pai de família extremado,
Homem de bem e de fé!
O Papa já disse até
Que há no torrão brasileiro
Padre Cícero em Juazeiro
E em Brasília, Canindé.
Sei que o Papa tem razão,
Mas ninguém quer saber disto.
Se já falaram de Cristo,
Que se dirá de um cristão
Porém a fofoca não
Atinge um homem de fé.
E se eu descobrir quem é,
Meto a mão no pé do ouvido
Do sem-vergonha enxerido
Que falar de Canindé.
Mas ninguém quer saber disto.
Se já falaram de Cristo,
Que se dirá de um cristão
Porém a fofoca não
Atinge um homem de fé.
E se eu descobrir quem é,
Meto a mão no pé do ouvido
Do sem-vergonha enxerido
Que falar de Canindé.
Canindé - nome decente!
Tolentino - ô nome macho!
Ribeiro - lindo riacho
Que mata a sede da gente!
Honrado, amigo e valente,
Subiu da glória o sopé…
A Virgem de Nazaré
Já lhe envolveu com seu manto,
Por isso um caminho santo
Vai trilhando Canindé.
Tolentino - ô nome macho!
Ribeiro - lindo riacho
Que mata a sede da gente!
Honrado, amigo e valente,
Subiu da glória o sopé…
A Virgem de Nazaré
Já lhe envolveu com seu manto,
Por isso um caminho santo
Vai trilhando Canindé.
Canindé pra ser beato
Só falta mesmo a batina,
Pois tem vocação divina
Pureza, fé e recato!
Por isso ele é o retrato
Mais fiel de São José
E já se comenta até
Que Frei Damião Bozano
Sugeriu ao Vaticano
Canonizar Canindé.
Só falta mesmo a batina,
Pois tem vocação divina
Pureza, fé e recato!
Por isso ele é o retrato
Mais fiel de São José
E já se comenta até
Que Frei Damião Bozano
Sugeriu ao Vaticano
Canonizar Canindé.
Mas sabem por que razão
Já querem canonizá-lo?
É por causa de um estalo
Que recebeu nosso irmão
Lá nas margens do Jordão,
Ao lado de São Tomé,
Quando dava cafuné
Numa velhinha doente
E morreu a penitente
Nos braços de Canindé.
Já querem canonizá-lo?
É por causa de um estalo
Que recebeu nosso irmão
Lá nas margens do Jordão,
Ao lado de São Tomé,
Quando dava cafuné
Numa velhinha doente
E morreu a penitente
Nos braços de Canindé.
Nesse chão onde ele pisa,
Por ser grande patriota,
Se faz até de agiota
Pra ajudar a quem precisa.
Mas não comercializa
A sua alma de fé!
Jamais ganhou um café
Pelo dinheiro que empresta…
A caridade é uma festa
Para a alma de Canindé.
Por ser grande patriota,
Se faz até de agiota
Pra ajudar a quem precisa.
Mas não comercializa
A sua alma de fé!
Jamais ganhou um café
Pelo dinheiro que empresta…
A caridade é uma festa
Para a alma de Canindé.
Santo Agostinho, dos santos
Foi o mais puro entre os ermos
Que consolava os enfermos
E lhes enxugava os prantos.
Obrava milagres tantos,
Pela pureza e a fé
Pois acreditava até
Em fala de passarinho.
Mas sabem? Santo Agostinho
É pinto pra Canindé.
Foi o mais puro entre os ermos
Que consolava os enfermos
E lhes enxugava os prantos.
Obrava milagres tantos,
Pela pureza e a fé
Pois acreditava até
Em fala de passarinho.
Mas sabem? Santo Agostinho
É pinto pra Canindé.
Orlando
Tejo
Autor de Zé Limeira, o poeta do absurdo
https://www.youtube.com/watch?v=sFoenkVxqg4
(Orlando Tejo documentário de Vladimir Carvalho)
Autor de Zé Limeira, o poeta do absurdo
https://www.youtube.com/watch?v=sFoenkVxqg4
(Orlando Tejo documentário de Vladimir Carvalho)
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